ou calar-se para sempre...
De ficar parado, ou correr,
de não ter existido
ou deixar de existir (morrer)...
Não há razão quando a mente não funciona
(redundante, não?)
Vão extinguindo-se as questões
mesmo sem respostas
Perde-se, neste estágio,
a vontade de saber
O futuro é como o presente:
É coisa nenhuma, é lugar nenhum.
Morreu a curiosidade,
Morreu o sabor,
Morreu o paladar...
parece que a vida está vencida...
Tenho medo de não ter mais medo
Queria encontrar minhas convicções...
Deus está em um lugar firme, inabalável,
não pode ser tocado pela nossa falta de confiança,
até porque, na verdade, confio nele,
o problema é que já não confio em mim mesmo:
não existe equilíbrio para mentes sem governo...
A química disfarça, retarda a degradação,
mas não cura a mente completamente
e não existem, em Deus, obrigações:
já nos deu a vida, o que não é pouco,
a chuva, o ar, os dias e noites
Curar está nele, mas, apenas retardaria a morte
já que seremos vencidos pelo tempo
(este é o destino dos homens)
e seremos ceifados num dia que não sabemos
num instante que mira nossa vida
e corre rápido ao nosso encontro lentamente
(ou rasteja lento ao nosso encontro rapidamente?)
Sei lá...
Mas não sei se quero estar aqui
para assistir o meu fim...
Queria estar enclausurado, escondido...
As amizades que restam vão se extinguindo
e os que insistem na proximidade
são os mesmos que insistirão na distância,
o máximo de distância possível
A vida continua o seu ciclo,
não caia uma árvore velha, podre, sobre as que ainda estão nascendo
Os que querem morrer deixem em paz os que vão vivendo;
os que querem viver deixem em paz os que vão morrendo.
Eu disse bom senso?
Ora, em estado de pânico não se encontra bom senso
nem princípios, nem razão, nem discernimento,
nem força alguma.
Torna-se um alvo fácil,
condenável pelos que estão em são juízo,
e questionam: onde está sua fé?
e respondo: ela estava aqui agora mesmo...
ela não se extingui, mas parece que as vezes se esconde de mim...
o problema é que, quando a mente está sem governo
(falo de um homem enfermo)
é como um caminhão que perde o freio
descendo a serra do mar...
perde-se o contato com a fé e com tudo o que há...
e por alguns instantes (angustiantes)
não encontramos apoio, nem arrimo, nem chão, nem parede, nem mão...
ah... quem dera, quem dera...
que a mão de Deus me sustente neste instante...
em que viver é tão ou mais difícil que conjugar todos os verbos...
porque sou, neste momento
a pessoa menos confiável para cuidar de mim mesmo...
tenho medo, medo...
medo de perder o medo
de sair da vida pela porta de saída...
medo de perder o medo
de apertar o botão "Desliga"...
Ok, Ivan, retribuo a gentileza, você também será sempre bem vindo por aqui, pode ter certeza.
ResponderExcluirValeu!
Oi, você descreveu tudo o que nós, os "pacientes mentais" sentimos... não há descrição mais fiável que aquela feita por quem está do lado de cá, de quem vive na pele as situações, os ratos, as baratas... As descrições científicas são tão "politicamente correctas" que até enjoam... formatadas, uniformizadas, repetidas, concebidas num laboratório para serem aplicadas noutro...
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Ok, Ivana, legal. Sinta-se a vontade, sempre, para comentar, desabafar, complementar algum assunto, enfim, a casa é sua.
ResponderExcluirCara...to sem palavras com tudo isso que vc transmitiu...com ctz um dos textos mais angustiantes que li na vida, angustiante e tão real...qdo resolvi ler sobre o assunto, foi pensando em entender o que uma amiga minha passava, mas seu texto me mostrou muito mais que isso, me fez como se eu estivesse vivendo a situação. Realmente fantástico. Achei ele tão deslumbrante e incrível que postei ele no meu blog, espero que nao se importe...aproveitei e divulguei seu blog tb...se tiver algum problema, me avise que retiro-o imediatamente de la...Parabéns pelo blog e estarei sempre por aki...Abraço!!
ResponderExcluirSem, problemas, Alex Nobre. Já notei a sua foto na galeria dos membros que estão seguindo este blog. Tem mesa vazia lá no fundo, pode entrar que ainda tem bastante lugar. Seguinte, pode copiar este texto "Medo..." lá no seu blog, sem problemas, porque já o tornei público desde que não seja para fins comerciais e que especifique o meu nome e minha marca (byClaudioCHS - Claudio Henrique da Silva) e também o link para este blog como
ResponderExcluirhttp://progcomdoisneuronios.blogspot.com
Considerando-se estes termos, qualquer pessoa pode copiar este poema em específico e postá-lo em seu blog ou site.
Seja bem vindo, e para todos, fiquem com Deus.
Poxa... sem palavras.... maravilhoso mesmo ;)
ResponderExcluirEstou nesse momento de depressão, 20 anos perdidos, me sinto presa em um circuito fechado e já perdi a contagem das voltas, sempre ansiosa, sempre sozinha sentindo o fim chegar.
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