quinta-feira, 16 de maio de 2013

Réquiem para um poema assassinado


Se a palavra
proferida
como verdade
não traduz o âmago,
não há sinceridade
e nem verdade.
(ah, redundância infantil,
aberração verbal,
vai mal,
já no princípio,
a escrita...)
Admito:
por que
utilizar o artigo
de conjunção
aditiva
se ambas palavras
são mais que pares,
são intrínsecas?
Ou, será que,
diremos verdades,
não sendo sinceros,
ou seremos sinceros
proferindo mentiras?
Bom, a bem da verdade
(para comigo mesmo)
pergunto:
porque falaremos sobre isso?
Estou cá, já um pouco
revoltado...
sinto-me lesado,
pois vim por um tema
do qual já nem lembro-me,
meu cérebro... este intruso,
vem como quem
não quer nada,
persuade-me, envolve-me,
oferece-me palavras,
aceito-as,
passo-lhe a vez,
ah..., abusado, comodista,
inocentemente convido-o,
e em seguida, expulsa-me,
vaidoso... exibicionista!
Ama os microfones
e holofotes,
não se toca,
vai-se assim,
sem planejamento,
sem estética,
sem ética,
vem simplesmente e descarrega
todos os devaneios
da sua boca sem freios,
esgota seus assuntos
e extingue os meus!
E, vai longe,
nada estanca,
ou coagula
a vazão
de sua divagação
hemorrágica
verbal,
estender-se-á,
conectará absurdos,
e coisas banais, mas...
basta! tomo atitude,
não aguento mais!
Oportunista, roubou-me a cena!
Matou o meu tema!
Perdi a razão,
e ajo como animal
irracional,
nem eu e nem ele,
está decidido!
A caneta é meu punhal,
assassino o poema!!!
Conheço a lição:
roupa suja lava-se em casa,
por isso, aos leitores,
peço, perdoem-me,
por trazer a público
porfias internas,
mas tu, cérebro,
precisas de mim,
sou teu canal, e tu alter-ego,
fica-te, mudo, então,
intrometido,
pois bato-te a porta na cara!
Falta-me, talvez, polidez,
sou sem educação,
reconheço,
mas não menos que tu,
adeusboanoitepassebem!!!!


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