sábado, 13 de julho de 2013

Vai indo, depois eu te alcanço...


O frio do tempo
presente
congela, acorrenta,
os ponteiros do
relógio
na parede.
Relógios com ponteiros
são retrógrados,
antiquados,
admito.
Porque, então,
não consigo trocá-los
por relógios modernos,
digitais,
do tipo com leds,
hologramas,
cronômetros,
barômetros,
compressores e/ou  
dilatadores
de tempo,
com funções avançadas
de (tele)transporte
para outros mundos,
portais...
mas... não...
não dito as regras...
sou sujeito
passivo,
mero expectador,
personagem do sonho
no sono
semi-acordado,
equilibrando-me
na tênue linha
que separa
o acordar e dormir.
Aqui, o cenógrafo
e diretor
da fita
é o estado (atual):
alegre, fartar-me-ia de cores,
mas, triste e/ou confuso,
vagarei por vielas
gélidas, sombrias...
Não consigo mudar a roteiro!
Como gostaria
de alterar
esta sensação
de tempo parado!
Queria outro cenário!
Outra paisagem!
Mas vejo-me, agora,
num quarto frio, gelado,
com azulejos sujos,
gastos, quebrados,
uma janela opaca
voltada para
o horizonte
desfocado,
o ar é pesado, ocre,
difícil de inalar,
cheiro forte,
de amoníaco, de urina,
de remédios,
de enfermaria,
e eu, não vejo-me,
não sei se
estou sentado, deitado,
ou colado
no chão,
a olhar
o relógio, coitado,
inflando seus pulmões
como se pudesse respirar,
arfando, ofegante,
veias saltando,
quase enfartando,
tentando girar
seus ponteiros,
tentando fazer
o tempo avançar,
mas...
não adianta!
O tempo parou! Congelou!
vou neste compasso
de tempo parado,
e, reconheço, que,
não posso prender-te, leitor,
concedo-te alforria,
liberto-te!
Pode ir,
deixe-me só, aqui,
não importe-se comigo
(isso vai longe...),
vá na frente, e,
quando libertar-me,
correrei um pouquinho,
sigo-te e alcanço-te,
e estaremos alinhados,
quando,
finalmente,
estiver inserido
no mesmo tempo
presente,
de qualquer
pessoa,
que vive
sem mesclar sonhos
com elementos
da realidade,
com meias-verdades
e verdades
absolutas,
verdades
completas
(e vice-e-vice-e-vice-e-versa).

Até mais...


Um comentário:

  1. Tenho estudado a multipolaridade e não como doença, mas como cura para os mals da atualidade que nos limitam tanto.
    Interessei me em seu modo de expressar se e meu caro, parabéns.
    Admiração e gratidão eternas ,ponto

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Comentários estão liberados por tempo indeterminado, pois não terei condições, por algum tempo, de moderá-los (estarei sem internet durante algum tempo então não sei quando exatamente retornarei) por isso comentem a vontade e os comentários serão publicados automaticamente, porém, fica assim, logo que consiga voltar e lê-los, caso haja algo ofensivo ou inadequado, irei deletá-los, ok? (porém, tenho que ser justo: todos que passaram aqui e comentaram ou não, até este momento, só trouxeram alegrias). Ah, sim... ainda em tempo, há um post muito indigesto neste blog, se chama "Será que vale a pena...?", este post é tão horrível que, até este presente momento, só mesmo eu tive coragem de comentá-lo, por isso, para promover aquele texto (poema????) horrendo, os heróis (que Deus lhes proteja) que conseguirem comentá-lo concorrerão a uma caixa vazia do meu remédio faixa-preta, com uma dedicatória e meu autógrafo. Fiquem com Deus, assim que possível, retornarei. Bye.